quarta-feira, 30 de março de 2011

observação do dia-a-dia

Ele sai do mercado meio capengo, já não há tanto equilíbrio como um dia havia. Estaciona a sombrinha atrás do banco de sua bicicleta vermelha que, provavelmente, o acompanha algumas décadas. Ajeita a sacola no guidão, confere o troco com o indicador na palma de sua mão. Logo solta suas moedinhas junto aos pães. Com suas mãos meio trêmulas, retira o maço de cigarro do bolso de trás da calça, e junto a um cigarro puxa um isqueiro. Impedindo de que o vento apagasse a chama, levou, lentamente, uma mão próximo a boca e enquanto a outra acende o cigarro. Dá uma tragada e em seguida pelas suas narinas expele aquela fumaça que anos já vem tocando aqueles pulmões. Direciona seu calcanhar para o pézinho da bicicleta, onde a mantém em pé e novamente de forma lenta apóia seu pé ao chão, enquanto suas mãos apóiam-se no guidão daquela velha e enferrujada parceria de longas datas, os pés já apoiados ao chão percebe-se um das barras da calça mais curta que a outra e seu chinelo desgastado. Com seus lábios apertados, segura firme aquele cigarro. De forma lenta empurra sua "magrelinha". Lá vai aquele senhor, tão cheio de vida quanto as rugas que possui.

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