quinta-feira, 24 de março de 2011

x

Ele a deixou e ainda tenta-se desfazer os nós dos cachos, o mesmo nó que ficou preso na garganta, aquele que enozou o meio do peito, que ficou amarrado aos dois pés que a impediu de escapar. O nó do laço preso aos fios do seu cabelo. O mesmo nó no dedo para não esquecer aquela data. O nó no cadarço do tênis jogado debaixo da cama. O nó na fita que segurava sua calça. O nó que havia entre seus abraços. E aquele que enozava as línguas durante o beijo. O nó dos olhares e dos cheiros. O nó da gravata esquecida no cabide. O nó no laço da caixa de bombom. O nó na alça do pijama. O nó entre os lençóis. Aquele nó que segurava os sentimentos, que amarrava os sorrisos, e entrelaçava os corações. O nó que segura as lembranças e o nó bem apertado que não deixa escapar a saudade.


Nenhum comentário: