terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Ainda com seus corpos juntos quase formando um só, dois corações estão extremamente acelerados. Sabem que não podem ultrapassar seus limites, ainda que o amor entrelaçado naquele abraço era tão grande. Passaram-se minutos e os dois não querem soltar, mas sabem que não será possível ficar uma enternidade, ainda que a vontade de ambos seja a de ficar ali para o resto de suas vidas. Então ela afrouxa seus braços e lentamente os dois se afastam, as mãos dela que estavam repousada em seu peito, percorre vagarosamente até se afastarem totalmente. As mãos dele vem de suas costas até a sua cintura, onde num caminho perfeito desliza, e moldando ali estaciona. Ela está de cabeça baixa, quando ele retira sua mão direita da cintura e leva até o seu queixo onde lentamente ele ergue. Agora seus olhares estão fixos, eles brilham com toda intensidade, ela sabe o que sente, sabe que ali o amor é verdadeiro e nunca deixou de existir, ele, ele a deseja como nunca desejou alguém, deseja seus lábios, sua pele, seu calor, o seu amor. Ali estão congelados mais uma vez , o desejo de ser eterno novamente vem e os cerca, como se estivessem rodiados por arames farpados e não poderiam movimentar um dedo se quer. Um relampago quebra o silêncio e num susto os dois se afastam. Ela com os dedos mergulhados nos fios de seus cabelos se vira tentando disfarçar o receio de não poder ter feito o que tanto desejava. Ele fica parado olhando para ela, esperando mais uma atitude e tê-la novamente em seus braços. Ela pega sua bolsa que se encontra jogada no canto do sofá e em um olhar de despedida, apenas um olhar, ela desvia-se dele e vai embora. Ele sem ação, só observa o seu grande amor indo embora, dois passos até a janela ele consegue ainda avistar ela atravessar a rua e desaparecer na esquina.


[Capítulo 2]

Um comentário:

Crispi. disse...

Lindo, as duas partes.
Mas injusto da parte dele ir embora, e agora simplesmente voltar. Mas o amor não é justo mesmo,né. :)